Angela Mendes é ativista e lidera um movimento nacional que defende os povos tradicionais e o meio ambiente no Brasil. Em 2019, foi responsável pela reativação da Aliança dos Povos da Floresta, grupo criado por seu pai Chico Mendes em 1980, que reunia seringueiros, indígenas e ribeirinhos da Amazônia.

No Comitê Chico Mendes, Angela trabalha para educar jovens de comunidades indígenas e transmitir a luta pela conservação da natureza. “Precisamos formar mais e mais jovens com senso crítico, afirmação identitária, formação política de base e pensamento livre.”, diz a ativista.

Sobre as perspectivas e oportunidades na região, Angela diz: “o apoio que WWF, Avina, Hivos e outras organizações estão apresentando pra que possamos desenvolver ações que possam de alguma forma minimizar o cenário de injustiças e fortalecer nosso relacionamento com essas populações e atuar para ampliar suas vozes e apoiar suas lutas”, afirma.

Angela participará do Fórum Social Panamazônico (FOSPA), um espaço de articulação, ação e reflexão sobre a bacia amazônica que atravessa Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana e Guiana Francesa. Lá, busca articular as agendas das organizações e redes amazônicas e tornar visíveis as propostas de defesa da Amazônia, frente as mudanças climáticas e a convivência intercultural. Em um sentido mais amplo, pretende-se formar um movimento que critique o modelo extrativista-colonial imposto às populações amazônicas e levante a bandeira de uma região pan-amazônica governada por seus povos. A décima edição acontecerá em Belém de 28 a 31 de julho.

“É muito importante a realização do FOSPA no contexto de disputas em que a Amazônia está inserida. O FOSPA se apresenta como um importante espaço de diálogo e troca de experiências”, afirma Mendes. E acrescenta: “Sou uma mulher que não se cala e não se aquieta, mas se inquieta com as injustiças, ataques e ameaças que hoje dominam o Brasil e que quer levar essa voz par o mundo, mas que também pensa e age prepositivamente, afinal, até mesmo nesse cenário é possível enxergar oportunidades e criar novas perspectivas”.

“Justiça climática: vozes e visões amazônicas” é o nome do painel do qual Mendes participará do FOSPA em 29 de julho.